domingo, 2 de abril de 2017

Ainda sobre Despersonalização



Despersonalização


O transtorno de despersonalização é caracterizado por uma sensação persistente ou recorrente de separação do próprio corpo ou processos mentais (despersonalização) e por uma sensação de ser um observador externo da própria vida.

  • Esse transtorno geralmente é desencadeado por exposição a um perigo de risco à vida ou outro estresse grave.
  • Sentimentos de separação do self podem ocorrer periódica ou continuamente.
  • Após a realização de testes para descartar outras possíveis causas, testes psicológicos ajudam a diagnosticar o transtorno.
  • A psicoterapia e a terapia cognitivo-comportamental ajudam algumas pessoas.
Sentir-se temporariamente separado (despersonalizado) é o terceiro sintoma psicológico mais comum (após a ansiedade e a depressão). Esse sentimento ocorre normalmente após as pessoas vivenciarem um perigo com risco à vida, após usarem certas drogas (por exemplo, maconha, alucinógenos, quetamina e êxtase), ficarem muito cansadas ou privadas de sono ou de estimulação sensorial (como pode ocorrer em uma unidade de tratamento intensivo). O transtorno de despersonalização ocorre em cerca de 2% da população.

Sintomas

As pessoas se sentem separadas de seu corpo, mente, sentimentos ou sensações. Elas podem dizer que se sentem irreais, como um robô, ou como se estivessem sonhando ou separadas do mundo de alguma outra forma. As pessoas podem descrever a si mesmas como um “morto-vivo”. Os sintomas quase sempre causam muito desconforto. Algumas pessoas os acham intoleráveis.
Os sintomas são quase sempre persistentes. Os sintomas recorrem em episódios em cerca de um terço das pessoas e ocorrem continuamente em cerca de dois terços. Os sintomas episódicos algumas vezes se tornam contínuos.
As pessoas muitas vezes têm uma grande dificuldade em descrever seus sintomas e podem temer ou crer que estão ficando loucas. No entanto, as pessoas permanecem conscientes de que suas experiências irreais não são reais, mas que se tratam apenas do modo como elas se sentem. Essa consciência é o que separa o transtorno de despersonalização do transtorno psicótico. Pessoas com transtorno psicótico nunca têm essa consciência.

Diagnóstico

Os médicos suspeitam do transtorno com base nos sintomas. Um exame físico e, algumas vezes, outros testes são realizados para descartar outros transtornos que poderiam causar os mesmos sintomas, incluindo outros transtornos mentais e o abuso de drogas. Os testes podem incluir imagens por ressonância magnética (IRM), eletroencefalografia (EEG) e exames de urina para detectar drogas. Testes psicológicos, entrevistas e questionários estruturados também podem ajudar os médicos a definirem diagnóstico.

Tratamento e prognóstico

O transtorno de despersonalização frequentemente desaparece sem tratamento. As pessoas são tratadas apenas se o transtorno persistir, recorrer ou causar angústia. Psicoterapia, incluindo a terapia cognitivo-comportamental, mostrou-se eficaz para algumas pessoas. O transtorno de despersonalização frequentemente é associado a outros transtornos mentais ou desencadeado por estes e tais transtornos exigem tratamento. Quaisquer estresses associados com o início do transtorno de despersonalização também devem ser tratados.
As técnicas que podem ajudar incluem as seguintes:

  • Técnicas cognitivas podem ajudar a bloquear o pensamento obsessivo sobre um estado irreal de ser.
  • Técnicas comportamentais podem ajudar as pessoas a ficarem absorvidas em tarefas que as distraem da despersonalização.
  • Técnicas de retorno ao real usam os cinco sentidos (audição, tato, olfato, paladar e visão) para ajudar as pessoas a se sentirem mais conectadas a si próprias e ao mundo. Por exemplo, toca-se música em volume alto ou um pedaço de gelo é colocado na mão. Essas sensações são difíceis de ignorar, tornando as pessoas conscientes de si mesmas no momento presente.
  • Técnicas psicodinâmicas se concentram em ajudar as pessoas a enfrentar conflitos intoleráveis que estão dissociados da consciência e os sentimentos associados a eles.

Em geral, consegue-se algum grau de alívio com o tratamento. Muitas pessoas conseguem se recuperar por completo, sobretudo aquelas cujos sintomas estão ligados a qualquer estresse que possa ser identificado durante o tratamento. Outras pessoas não respondem bem ao tratamento, embora possam melhorar sozinhas gradualmente. Poucas não respondem a nenhum tratamento. Medicamentos ansiolíticos e antidepressivos às vezes ajudam, particularmente se as pessoas também tiverem ansiedade ou depressão.

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